A Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (Abespetro) definiu uma agenda propositiva para o segmento de exploração e produção de óleo e gás, a fim de remover restrições que impedem a aceleração do desenvolvimento industrial do país. A entidade defende a realização de investimentos maciços em projetos de óleo e gás, considerados pela entidade como fundamentais para viabilizar a transição energética. Para a Abespetro, investimentos em óleo e, principalmente, em gás natural, podem ser o caminho para viabilizar projetos de transição energética.
Com foco em cinco macrotemas, a agenda foi lançada meses antes das eleições presidenciais, com o País ainda envolvido num cenário de incertezas econômicas pós-pandemia, agravadas pela guerra na Ucrânia que vem colocando a transição e a segurança energética em xeque. A agenda é parte de um caderno elaborado com a Deloitte, com tendências e cenários do setor de petróleo.
No macrotema “Fomento à transição energética por meio de incentivos à produção de gás natural”, a entidade defende a realização de aprimoramentos regulatórios para estimular a ampliação da infraestrutura de escoamento, transporte e distribuição de gás natural. Para a Abespetro, o caminho “promoverá a segurança energética e a oferta de energia a custos baixos” durante a transição energética, uma vez que o gás figuraria como elemento central no processo.
No quesito “Aceleração da produção com agilização de leilões de blocos”, a Abespetro afirma que o País “precisa multiplicar seus projetos de exploração e produção enquanto há viabilidade econômica para realizá-los”, com a definição de um calendário de leilões de áreas de produção, seja em regiões já desenvolvidas, seja em novas fronteiras, como a Margem Equatorial (área marítima entre o Amapá e o Rio Grande do Norte). “Com previsibilidade e regularidade nas rodadas, as empresas podem planejar melhor seus projetos, reduzir riscos e maximizar retornos.”
Além da agenda, o documento mapeia a cadeia de exploração e produção de óleo e gás e traz à tona os principais desafios e os temas de mobilização. Na publicação, o presidente da associação, Rodrigo Ribeiro, destacou que os três pilares fundamentais para uma indústria saudável e pujante são a estabilidade do ambiente de negócios, a visão de longo prazo e o acesso ao capital. Como o atual contexto tem afetado cada um desses pilares, esses temas devem ser tratados de forma estratégica pela sociedade, indústria e pelos governantes, em busca de soluções, afirma Ribeiro.
Fonte: Valor Econômico