Nossa sócia Daniele Nunes participa de matéria do Estadão – Leal Cotrim Advogados

Leal Cotrim Advogados

Notícias

Nossa sócia Daniele Nunes participa de matéria do Estadão

Reprodução na íntegra da matéria publicada no Estadão com participação da nossa sócia Daniele Nunes:

Governo dará mais publicidade e transparência a informações do ‘Novo PAC’ após críticas

Medida será adotada após Transparência Internacional e outras instituições alertarem para a necessidade de que PAC conte com medidas de governança para mitigar riscos de corrupção

O governo federal passará a divulgar informações de monitoramento das obras do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) dentro do site de lançamento do programa, segundo informações obtidas pelo Estadão/Broadcast com uma fonte do poder Executivo ligada ao tema. Os esforços das equipes técnicas acontecem em meio a um cenário de críticas por parte de especialistas e entidades, principalmente relacionadas a maior transparência e estrutura de governança no projeto.

Eles apontam a necessidade de mais publicidade de informações para fortalecer a transparência e mitigar eventuais riscos de corrupção. Embora haja pressão, ainda não há uma data definida para a inclusão dos dados de monitoramento das obras no portal do PAC.

As equipes técnicas do governo estudam quais indicadores de monitoramento serão disponibilizados, mas a ideia é tornar públicas informações sobre o andamento das obras, assim como o avanço na redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e detalhes dos investimentos programados e dos já executados.

Críticas

Em agosto deste ano, a Transparência Internacional emitiu uma nota pública alertando para a necessidade de que a nova fase do PAC trouxesse medidas efetivas de transparência e de integridade, contrapondo-se a edições passadas do projeto.

A instituição destacou que versões anteriores do projeto tiveram problemas graves, como esquemas de corrupção, fraudes em licitação e contratos, formação de cartéis, pagamento de propinas e o financiamento ilegal de campanhas eleitorais.

Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o gerente de programas da Transparência Internacional no Brasil, Renato Morgado, destacou que concentrar a divulgação de informações sobre as obras do PAC em um espaço acessível é “fundamental” em um processo de transparência. Isso permite que a sociedade, órgãos de controle e empresas acompanhem em tempo real a implementação dos investimentos e das obras incluídas no programa.

Morgado destaca ainda a necessidade de trazer a público os documentos de projetos listados no PAC — considerando que as atualizações dos projetos para acompanhamento ainda não estão públicas.

Dentre os documentos que poderiam auxiliar na transparência e no acompanhamento público estão arquivos relacionados ao ciclo de vida das obras contratadas, análises prévias dos empreendimentos previstos, além de estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental que justifiquem a necessidade da execução de determinada obra.

“É muito importante que a linguagem utilizada seja acessível. É importante que o governo disponibilize os documentos na íntegra, mas é preciso traduzir esses detalhes para uma linguagem que possibilite ao cidadão entender os aspectos técnicos e jurídicos”, afirma Morgado, destacando ser essencial que o formato disponibilizado seja aberto para permitir o cruzamento de dados.

Governança

A necessidade de ampliação da estrutura de governança no PAC também é um ponto considerado decisivo para a Transparência Internacional. Segundo Morgado, um dos principais pleitos defendidos pelo movimento é a participação mais próxima da Controladoria Geral da União (CGU) e do Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima (MMA) dentro dos órgãos de governança do programa.

“Nas edições anteriores tivemos dois grandes problemas. Um deles é que parte das obras tiveram impactos ambientais muito grandes. Quando pensamos nas usinas hidrelétricas de Belo Monte (PA), Jirau (RO) e Santo Antônio (RO), tivemos uma recorrência em práticas de corrupção. Então essas duas dimensões precisam ser enfrentadas na nova edição do programa”, afirmou o representante da Transparência.

O Decreto 11.632 que estabelece o Novo PAC institui a criação de dois órgãos de gestão, o Comitê Gestor do Programa de Aceleração do Crescimento (CGPAC) e o Grupo Executivo do Programa de Aceleração do Crescimento (GEPAC). As duas instâncias não contam com a participação de representantes da CGU e do MMA.

Obras paralisadas

Por hora, o setor privado aguarda novos comunicados e sinais do governo para ver como se dará a continuidade do PAC nos próximos meses, de acordo com a sócia do escritório Leal Cotrim AdvogadosDaniele Nunes.

A advogada apontou que uma das questões mais importantes que precisam ser observadas no programa diz respeito à paralisação de obras. Segundo Daniele, o governo tem dado sinais positivos em relação à questão, indicando que apoiará Estados e municípios no desenvolvimento dos contratos licitatórios para a retomada dos empreendimentos.

A especialista afirma que a maior integração entre as diferentes esferas do governo deve trazer maior segurança jurídica para os próximos contratos realizados entre o poder público e iniciativa privada.

“Quando falamos de obras contratadas pelo governo federal, há uma estrutura mais qualificada para lidar com contratos, mas quando falamos de Estados e municípios são secretarias muito pequenas, que não têm conhecimento técnico às vezes para desenvolver um projeto básico capaz de permitir o andamento de uma obra até a execução final”, afirmou Daniele.

Procurada para se posicionar em relação as críticas feitas pela Transparência Internacional, a Casa Civil, responsável pelo desenvolvimento do PAC no governo, não respondeu até a publicação desta reportagem.